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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Andar com o sol, permanecer com a chuva.


Somos deparados com os atrasos da vida. E não te encontrar todo dia na mesma esquina como antigamente, dói mais. O vento levou tantas esperanças que a única que bateu na porta já voou. E foi para tão longe que a qualquer barulho na terra ela jamais irá escutar. E tinha vida, a vida como a que se quis ter.
Do alto da montanha enxergo a tempestade se armar. E por mais que imaginasse que logo passaria contei os segundos da destruição que foi mais forte e durou mais que qualquer outra sombra naquele céu. Se escureceu, e todo o olhar mantido perto daquele grande céu se transformou em uma tenebrosa chuva.
As gotas caiam, o céu permaneceu escuro, e durante algum tempo os olhos de quem o viu permaneceu cinza, a escuridão não se desarmou.
Há mais de anos, há mais de horas, há mais que esperanças, há mais que uma razão. Há um coração que por coincidência ainda não parou de bater.
Borbulhou em segundos. E o ar que se tem agora ainda é o mesmo que antigamente, mas é mais denso, pois nunca foi de se enxergar sombras no meio da escuridão.
Sei de todos os corpos sombrios. E mesmo sabendo, retorno todo dia e volto para trás, e nunca mais tocarei os pés ao lado do teu.
Já corri pela ladeira tantas vezes que perdi a concentração ao se desviar do caminho.

Um dia a tempestade irá acabar.