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segunda-feira, 30 de abril de 2012

Mundo


Tentando decifrar algumas explicações. O tempo todo mudava, ou o mundo mudava o tempo. Foi aos poucos que surgia mais uma pergunta, sem nenhuma resposta. Começaram a virar rotineiras as tais perguntas, e ao mesmo tempo em que tudo mudava, o presente se fazia parte do passado.
De todas as angustias e formas que tentei decifrar a única e variável resposta que encontrei foi o silêncio. Ali ele era uma arma. A arma que sem atirar feria, e seu parceiro o tal sorriso que muitos usam pra disfarçar.
Foi ai que percebi que nada mudava. A grande dúvida ainda se embaça nos neurônios, a confirmação que nunca vou ter foi à questão que hesitei: A gente cresce. E sem perceber a gente aprende a ser ‘mundo’. O que eu tinha há alguns anos atrás, não justifica a ausência de hoje. O tempo cura tudo, embora a ferida ainda aberta traga um ar de tristeza.
E quando a gente cresce passa a compreender o porquê do adeus não dito. Não que as palavras seriam mais belas, mas o silêncio seria o mais forte. O que a gente nunca esquece é da alegria que se tinha naquele tempo. Foi lá que tu contou as mais diversas histórias e viveu os mais variados sorrisos.

Eu nunca esqueci, e nem pedi pra mudar. O que se passou, marcou e nunca irá voltar.

Eu já corri por várias encontras das quais as que levei, foram as que nunca se deixaram levar. 

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Tinta do Coração


Como um colapso, te aviste longe. E não deverias ser assim. Te colecionei mil vezes dentro de mil canções. Ela foi mais forte que eu. Garoto, já parei de te olhar, diversas horas angustiantes nesse aparelho que divide e separa esse encontro.
Toquei tua porta, bati. Apanhei. Resolvi voltar. De pés no chão, gotas transbordando, não te reconheci. Não passou por mim, mas doeu. Dispensava emoções como que ninguém imaginara. Já passei dessa rua uma vez e retornei. Vi a poça cheia e encontrei aquela memória. Talvez nada existisse ali.
Já passaram se um, dois, e ainda fico a pensar. Tu não sai daqui, do lugar que te imaginei. Foi rápido, pra quem arrecem acordou.
Não muda de fase, não te estraga, volta pra trás. Já não tem espaço pra essa memória. Vai além da tua imaginação, mas voa baixo até conseguir decolar.

Teu grito é alto, mas tão alto, que ninguém soube te calar. Eu já passei por aqui, e não te avistei.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Primeiro

Já desconheci muitas das obras que me foram passadas. Nunca aprofundei as para a minha realidade, já enxerguei algumas como um treino, que por fim, me faria entender melhor. Tudo se classificava como um roteiro cheio de dúvidas, e fins longos. Dos quais eu nunca quis ficar. Tentei trazer de volta, tudo como se fosse o primeiro passo, pra arriscar. Vem, segue teu rumo, e jamais olhe para trás. 
A ideia que me trouxe até aqui, certamente já pesava na minha cabeça há alguns tempo atrás. Olhei pro lado e vi que poderia seguir na mesma direção, a que eu vivo procurando, cheias de lugares perigosos e armadilhas que não cabe a mim decifra-las. 
Vem, trás o teu sorriso, e presta atenção em todas as palavras ditas nesse papel. Fique por alguns minutos observando cada linha escrita, tentando decifrar o que é como o alfabeto. 
O tempo que eu levei pra desatar a ferradura da mão, foi o mesmo que levei para aprender, o que significava, cada palavra. Vem, trás o teu caminho, e deixa ele aqui, a pensar, por alguns minutos, antes de partir. 

Nem tudo que te marca, te surpreende. Nem tudo que te trás, te leva. Nem tudo que volta, fica. Nem tudo que se escreve, se aprende. 

Jamais, olhes para trás.