A gente chora as
piores lagrimas do mundo, e no momento que tudo vai embora, dentro de alguns
anos a angustia aperta o coração novamente. O que se rotulava há algum tempo
atrás de preguiça se explica hoje.
Eu não diria assim. Há um momento em que venho transpondo as
palavras, tentando decifra-las, acerta-las, ou talvez traduzi-las. Sinto a dor
do choro, a dor do olhar, a dor de quem teve tudo, e ao mesmo tempo não teve
nada.
E por alguma razão eu não tinha nada a fazer. Tinha uma
recordação como das poucas, e antes de dormir era ali que a esperança gritava,
por um único segundo de atenção. Dentro da idade que nem esperava traduzir a
gota amarga, em que se encontrava eu já sabia e temia o que irias suportar.
Aonde o super herói era o favorito, lutamos juntos, vencemos
juntos. Não suportaria vê-lo soluçar. A
dor mais forte não era a minha, o desejo mais forte era o meu. O grito mais
alto era de um coração calado, que nunca soube ouvir os poucos conselhos.
Os anos mais guardados não foram os mais sorridentes. O que
se tinha era mais que a felicidade, mesmo sem nenhum sorriso. O olhar mais
triste chegou depois a um meio aonde parecia que a esperança já não era mais
presente.
Andei por aí, tentando entender o que fizeram debaixo de
nossas cabeças. Não achei resposta, e o que encontrei foi uma breve história,
que conto hoje. E aos poucos venho descobrindo os erros do meio do caminho.
Tiraram–se o sonho, mas jamais a esperança de um sorriso com
as marcas do seu tempo. O que foi uma criança com um choro no rosto é a obra de
um grande guerreiro.
Nem todos esse soluços foram pra testar, nenhum espinho era
pra machucar, como nenhum sorriso era pra aliviar a dor. O remédio está no
tempo.