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terça-feira, 26 de março de 2013

Noites Inigualáveis


O coração apertou o peito, tão depressa que o ar se prendeu. Foram poucas as vezes que tive os mesmos pensamentos, os mesmos empurrões. A dúvida era maior que o sonho. O ar poluído se espalhou todo instante que eu tentei respirar. Eram incontroláveis todos os caminhos e todas as estradas vazias querendo atrair a solidão.
Mataram-se os sonhos, os desejos, as ideias. Esqueceram-se do amor de primavera. O ar jamais permitiu que desse mais um passo rumo ao primeiro lugar. Entrei naquela sala escura, por algum tempo, e de lá, sai sem nenhuma direção. Para onde foi parar as promessas?
Joguei-me do sexto andar tão depressa. Esqueci-me de cair, e no meio a tempestade gritei baixo, e não permiti que meu sufoco se espalhasse em outras mãos. O roteiro acabou e vivo os dias tentando encontrar a força para não deixar a tempestade se armar. A dor já foi menor, o mundo é muito grande para viver tentando respirar.

O medo cega os nossos sonhos.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Imensidão


Queria sentir teu cheiro todas as noites antes de dormir. Queria sentar lá no alto da montanha e me deparar com o sol iluminando todas as tardes. Queria te ver novamente e entre teu sorriso, ver os teus olhos brilhando pra mim. Era tão monótono que se perdeu ao meio de um dia qualquer.

As palavras entraram como uma faca e me fizeram com que perdesse a razão de estar todo pensamento jogado a ti. Saberia de todos os defeitos do mundo, de todas as arestas e de todos os dias que pensamos juntos. Era mais que a madrugada vazia. Era tão bonito aquele ar que me fazia não voltar atrás.

E foi mais que o tempo que levou pra jogar fora todos os acontecimentos ruins que cercara esta estrada. Eu te dei a mão tantas vezes, tantos momentos e hoje vejo em ti a sede de separar o que era pra sempre. Copiar as nossas atitudes e joga-las não no chão, mas ao vento para que outros ares a peguem, e a historia se repita na folha de qualquer outro papel.

Era uma promessa vazia, que aos poucos foi naufragando com a dor da verdade. E não te escrevo não mais. Não pela raiva, pois não cabe em mim tê-la em meus pensamentos. Eu te quis todo o instante e tu mal percebeste.  Era a ultima vez que eu te gritei, a garganta já sangra e não vejo motivo pra sofrer a te chamar.

Pedi um segundo de atenção, e lá estava eu na sede de chorar entre tuas palavras. Eu escrevi tanto tempo tentando voltar ao começo, mas nunca voltei. Eu não quero mais ser essa canção sem nota alguma.

Volte a ser o meu ar.

Valentina Bees