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quinta-feira, 19 de abril de 2012

Tinta do Coração


Como um colapso, te aviste longe. E não deverias ser assim. Te colecionei mil vezes dentro de mil canções. Ela foi mais forte que eu. Garoto, já parei de te olhar, diversas horas angustiantes nesse aparelho que divide e separa esse encontro.
Toquei tua porta, bati. Apanhei. Resolvi voltar. De pés no chão, gotas transbordando, não te reconheci. Não passou por mim, mas doeu. Dispensava emoções como que ninguém imaginara. Já passei dessa rua uma vez e retornei. Vi a poça cheia e encontrei aquela memória. Talvez nada existisse ali.
Já passaram se um, dois, e ainda fico a pensar. Tu não sai daqui, do lugar que te imaginei. Foi rápido, pra quem arrecem acordou.
Não muda de fase, não te estraga, volta pra trás. Já não tem espaço pra essa memória. Vai além da tua imaginação, mas voa baixo até conseguir decolar.

Teu grito é alto, mas tão alto, que ninguém soube te calar. Eu já passei por aqui, e não te avistei.

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