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sexta-feira, 6 de julho de 2012

Soluços


 A gente chora as piores lagrimas do mundo, e no momento que tudo vai embora, dentro de alguns anos a angustia aperta o coração novamente. O que se rotulava há algum tempo atrás de preguiça se explica hoje.
Eu não diria assim. Há um momento em que venho transpondo as palavras, tentando decifra-las, acerta-las, ou talvez traduzi-las. Sinto a dor do choro, a dor do olhar, a dor de quem teve tudo, e ao mesmo tempo não teve nada.
E por alguma razão eu não tinha nada a fazer. Tinha uma recordação como das poucas, e antes de dormir era ali que a esperança gritava, por um único segundo de atenção. Dentro da idade que nem esperava traduzir a gota amarga, em que se encontrava eu já sabia e temia o que irias suportar.
Aonde o super herói era o favorito, lutamos juntos, vencemos juntos. Não suportaria vê-lo soluçar.  A dor mais forte não era a minha, o desejo mais forte era o meu. O grito mais alto era de um coração calado, que nunca soube ouvir os poucos conselhos.
Os anos mais guardados não foram os mais sorridentes. O que se tinha era mais que a felicidade, mesmo sem nenhum sorriso. O olhar mais triste chegou depois a um meio aonde parecia que a esperança já não era mais presente.
Andei por aí, tentando entender o que fizeram debaixo de nossas cabeças. Não achei resposta, e o que encontrei foi uma breve história, que conto hoje. E aos poucos venho descobrindo os erros do meio do caminho.
Tiraram–se o sonho, mas jamais a esperança de um sorriso com as marcas do seu tempo. O que foi uma criança com um choro no rosto é a obra de um grande guerreiro.

Nem todos esse soluços foram pra testar, nenhum espinho era pra machucar, como nenhum sorriso era pra aliviar a dor. O remédio está no tempo.


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